06 novembro 2010

É obrigatório não perder

Devo admitir que não sou grande entusiasta das crónicas que Sílvio Cervan escreve regularmente. Mas hoje, ao ler no blog SLBenfica Crónicas & Imagens a sua última, publicada no jornal A Bola, fiquei (positivamente) surpreendido, a ponto de achar que valia a pena reproduzi-la aqui. A primeira parte merece destaque. Boa crónica e muito bom trabalho do BoyGenius no SLBenfica Crónicas & Imagens.




Crónica de Sílvio Cervan in A Bola


O Benfica chega desmoralizado ao jogo do Dragão. Esta é a conclusão óbvia de quem lê a imprensa, depois da modesta vitória, para a pouco importante Liga dos Campeões, contra o fraquíssimo Olympique de Lyon, pouco habituado a jogos internacionais. Já o Porto chega no auge depois do jogo com um colosso do futebol mundial, na mais importante competição do planeta. Teremos que ser humildes e reconhecer. Houve até quem alvitrasse que a vitória tinha sido má porque agora o Benfica vai perder o Coentrão. Génios assim não podem ser contrariados.

Ao contrário daqueles que dizem que só a vitória interessa ao Benfica eu baixo a ambição, para mim não perder no Dragão é obrigatório e se tal acontecer vamos disputar o título até ao fim com grandes possibilidades de o vencer. Só a derrota torna essa ambição quase impossível a 20 jornadas do fim.

A vantagem do Porto é boa, mas a partir de Domingo o calendário do Benfica passa a ser mais fácil. Das seis saídas mais complicadas do campeonato temos quatro realizadas (Nacional, Marítimo, Guimarães, Porto, Sporting, Braga). Será especulativo mas não perder no Dragão fazia-me acreditar mais no título daquilo que hoje, antes do jogo, julgo possível. Dito isto, reconheço que ganhar é melhor que empatar.

Não é um jogo qualquer, é uma deslocação que pôs no mapa futebolístico grandes figuras do futebol, este jogo já imortalizou Donato Ramos, Carlos Calheiros, Azevedo Duarte, Martins dos Santos, e até Paulo Costa, que hoje comenta nomeações, já nos deixou a jogar com oito no inesquecível clássico. Quem conhece o histórico aceita que o empate é dos deuses e que as regras não são as da FIFA.

De Pedro Proença queria a mesma competência (é claramente dos melhores árbitros) com mais personalidade.

Bela vitória sobre o Porto na Supertaça de basquetebol, num jogo onde ninguém parecia querer ganhar.

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