06 novembro 2010

Parabéns ao Porto pela vitória de amanhã

Crónica de Ricardo Araújo Pereira in A Bola
06/11/2010



Manda o desportivismo felicitar o adversário quando ganha, e eu aproveito para me antecipar. No jogo de amanhã, tudo está a favor do Porto. O Benfica vai, provavelmente, apresentar a sua segunda equipa. Creio que a inteligente estratégia inaugurada pelo Leiria pode ter feito escola, e não me surpreenderia que todos os clubes passassem a jogar no Dragão com as reservas. Dizem que poupar jogadores no Dragão é duplamente saudável: refresca os titulares que descansam, e também revigora os clubes. Quando se sabe gerir o esforço é outra coisa. Além disso, o árbitro será Pedro Proença, que é benfiquista (como Vale e Azevedo), e é o célebre inventor do penalty inexistente de Yebda sobre Lisandro López, há dois anos.




Talvez Proença e Vilas Boas possam, no fim do jogo, trocar algumas impressões acerca da actividade de detectar penalties que mais ninguém vê, da qual são ambos orgulhosos praticantes. De acordo com o jornal Semanário Privado de 26 de Agosto de 2009 (que só li para não ser excluído da discussão pública), Pedro Proença é também referido na escuta de uma conversa entre Pinto da Costa e Pinto de Sousa. Pinto da Costa pergunta ao amigo quem vai ser o árbitro de determinado jogo do Porto, e Pinto de Sousa responde, referindo-se a Pedro Proença: «É o que a gente combinou». O futebol português pode ter muitos defeitos, mas do ponto de vista da organização é irrepreensível: quase tudo está combinado. Mais: o Benfica tornou a preparar-se de forma deficiente para o jogo. Como se viu em Coimbra, bola na mão na área do Porto é bola na mão; bola na mão na área do adversário é penalty, o que constitui uma vantagem inestimável para os portistas. A prática maneira de contrariar esta vantagem do Porto é reforçar o plantel com jogadores manetas, e o Benfica teima em não o fazer. Por outro lado, a equipa volta a apresentar-se no Dragão apenas com os onze jogadores, e não com onze jogadores e onze caddies. É indigno que tenham de ser os próprios futebolistas a apanhar as bolas de golfe.

ACADÉMICA e Porto encontraram-se na semana passada para jogar urna modalidade desconhecida, e o resultado final foi a vitória do Porto. Surpreendentemente, os três pontos obtidos contaram para o campeonato de futebol. Foram várias as pessoas que disseram que o jogo não se deveria ter realizado, mas compreende-se a decisão de não adiar. Se o jogo tivesse sido adiado, o Porto chegaria ao encontro com o Benfica com apenas quatro pontos de avanço. Se se realizasse na data prevista, poderia chegar com sete. Valia a pena arriscar.

MIGUEL SOUSA TAVARES insiste que «a Declaração de Independência dos Estados Unidos é parte integrante da Constituição americana, escrita oito anos depois». Lamento, mas é falso. A Declaração de Independência não é — repito, não é — parte integrante da Constituição americana, que por sua vez não foi — repito, não foi — escrita oito anos depois, mas mais de dez anos depois. Não é bem uma questão de opinião, é um facto que pode ser comprovado por qualquer leitor, por exemplo no sítio da biblioteca do Congresso. Os leitores interessados podem ainda consultar Os Lusíadas, o Pantagruel e o Kama Sutra e verificar a curiosa coincidência de todas essas obras terem em comum com a Constituição americana o facto de a Declaração de Independência não ser — repito, não ser — parte integrante delas.

Creio que, após ter confundido a Constituição com a Declaração de Independência, MST confunde agora a Declaração de Independência com a Declaração dos Direitos dos Cidadãos (a chamada Bill of Rights), que contém as primeiras dez emendas à Constituição. Começam a faltar documentos históricos importantes para MST confundir com a Declaração de Independência, pelo que tomo a liberdade de sugerir, para confusões futuras, os seguintes: a Magna Carta, o Tratado de Tordesilhas e os Estatutos do Clube Desportivo Arrifanense. Resumindo: como tenho vindo a dizer, a frase que MST citou como sendo da Constituição é da Declaração de Independência — e atribuí-la à Constituição é, aliás, um erro comum.

Mas não é grave. É sem dúvida menos grave do que a incapacidade de admitir erros. MST gaba-se de ter sido, juntamente com Cavaco Silva, «o único de todos os convidados a recusar o convite» para ir ao Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. Lamento, mas é falso. Confesso que desconheço como é que MST, sem recurso a poderes mediúnicos, julga saber quem é que foi ou não convidado por nós, mas esta nova mistificação tem um objectivo claro: sugerir que os textos de MST são de tal modo excelentes que a mais pequena crítica que lhes seja feita só pode ser produto de uma mesquinha vingança. No entanto, ao contrário do que MST pretende, recusaram ir ao programa Cavaco Silva, Jorge Sampaio, Pinto Monteiro, Manuel Pinho, Maria José Morgado, Belmiro de Azevedo, José Mourinho, Cristiano Ronaldo, Azeredo Lopes, Maria de Lurdes Rodrigues, Alberto João Jardim, Manuel Alegre, Pacheco Pereira, José Eduardo Moniz, Manuela Moura Guedes, Medina Carreira e Miguel Sousa Tavares. Faça-se justiça: Nisto, não tendo sido o único a recusar, foi, sim, o único a pedir 24 horas para pensar.

Todos os outros decidiram mais depressa. Quanto a nós, nem retaliamos contra quem recusa nem premiamos quem aceita. Basta lembrar que Rui Moreira aceitou participar num programa nosso e leva o mesmo tratamento. Mas, tal como MST, também eu me tenho lembrado, por estes dias, do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. Era um programa cuja estratégia humorística principal consistia em apresentar declarações de determinado político a defender urna dada posição, seguidas de outras declarações do mesmo político a defender a posição oposta. A incoerência, quando é assim flagrante, tem graça. E, como vivemos em democracia, apontar as incoerências dos mais altos (e também de alguns dos menos altos) dignitários da nação é legítimo. Fazer o mesmo com as doutas opiniões de comentadores desportivos é que parece ser intolerável.

É obrigatório não perder

Devo admitir que não sou grande entusiasta das crónicas que Sílvio Cervan escreve regularmente. Mas hoje, ao ler no blog SLBenfica Crónicas & Imagens a sua última, publicada no jornal A Bola, fiquei (positivamente) surpreendido, a ponto de achar que valia a pena reproduzi-la aqui. A primeira parte merece destaque. Boa crónica e muito bom trabalho do BoyGenius no SLBenfica Crónicas & Imagens.




Crónica de Sílvio Cervan in A Bola


O Benfica chega desmoralizado ao jogo do Dragão. Esta é a conclusão óbvia de quem lê a imprensa, depois da modesta vitória, para a pouco importante Liga dos Campeões, contra o fraquíssimo Olympique de Lyon, pouco habituado a jogos internacionais. Já o Porto chega no auge depois do jogo com um colosso do futebol mundial, na mais importante competição do planeta. Teremos que ser humildes e reconhecer. Houve até quem alvitrasse que a vitória tinha sido má porque agora o Benfica vai perder o Coentrão. Génios assim não podem ser contrariados.

Ao contrário daqueles que dizem que só a vitória interessa ao Benfica eu baixo a ambição, para mim não perder no Dragão é obrigatório e se tal acontecer vamos disputar o título até ao fim com grandes possibilidades de o vencer. Só a derrota torna essa ambição quase impossível a 20 jornadas do fim.

A vantagem do Porto é boa, mas a partir de Domingo o calendário do Benfica passa a ser mais fácil. Das seis saídas mais complicadas do campeonato temos quatro realizadas (Nacional, Marítimo, Guimarães, Porto, Sporting, Braga). Será especulativo mas não perder no Dragão fazia-me acreditar mais no título daquilo que hoje, antes do jogo, julgo possível. Dito isto, reconheço que ganhar é melhor que empatar.

Não é um jogo qualquer, é uma deslocação que pôs no mapa futebolístico grandes figuras do futebol, este jogo já imortalizou Donato Ramos, Carlos Calheiros, Azevedo Duarte, Martins dos Santos, e até Paulo Costa, que hoje comenta nomeações, já nos deixou a jogar com oito no inesquecível clássico. Quem conhece o histórico aceita que o empate é dos deuses e que as regras não são as da FIFA.

De Pedro Proença queria a mesma competência (é claramente dos melhores árbitros) com mais personalidade.

Bela vitória sobre o Porto na Supertaça de basquetebol, num jogo onde ninguém parecia querer ganhar.

02 novembro 2010

Classificação e Resultados

UEFA Champions League
Fase de Grupos






A greve

Crónica de Miguel Góis in Record



Uma ação de protesto levada a cabo pelos árbitros portugueses pode colocar em risco a deslocação do Benfica à Faixa da Gaza, no próximo fim-de-semana. De acordo com os seus representantes, os árbitros colocam a hipótese de não apitar o FC Porto-Benfica da próxima jornada, o que não se pode dizer que constitua uma grande ameaça. Se atentarmos nos lances que esta época se têm passado dentro da grande área do FC Porto, já é isso que os árbitros fazem: não apitam. Ou seja, a verdadeira ameaça dos árbitros é não apitarem os lances do FC Porto-Benfica que acontecerem nos restantes dois terços do terreno de jogo. Trata-se, portanto, de uma greve relativa.

Entretanto, o “Correio da Manhã” noticiou que uma das alternativas que estariam em cima da mesa seria a contratação de um árbitro espanhol para apitar o clássico do golfe português. Devo dizer que se trata de uma opção que não me tranquiliza minimamente. Temo que isso fornecesse um pretexto para que houvesse ainda mais portugueses a queixarem-se da fruta espanhola.

Ainda assim, esta ameaça de greve serviu para nos inteirarmos um pouco mais sobre os regimes fiscais e de segurança social que abrangem os árbitros. É curioso que estejamos, desde os anos 80, a falar publicamente sobre o que recebem os árbitros, e esta seja a primeira vez que estamos a falar especificamente dos seus ordenados. Posso dizer que outra surpresa foi a categoria fiscal em que estão inseridos: julgo que só quem não tem assistido às arbitragens dos últimos jogos do Benfica e do FC Porto é que pode dizer que os árbitros portugueses são trabalhadores independentes. Confesso que, não sei bem porquê, sempre deduzi que fossem trabalhadores por conta de outrem.

01 novembro 2010

Basquetebol - A Supertaça é nossa!

PARABÉNS!!

O basquetebol do Sport Lisboa e Benfica venceu a Supertaça. Os bicampeões nacionais estiveram ao mais alto nível e derrotaram o FC Porto, por 66-63, numa final disputada no Pavilhão Desportivo de Albufeira. O colectivo trabalhou bastante e Ben Reed foi o MVP da partida.

Com esta vitória, o Sport Lisboa e Benfica conquista a sua 9.ª Supertaça, ultrapassando, assim, a Ovarense que tem oito: “o Benfica passou a ser o Clube com o maior número de Supertaças”, sublinhou Henrique Vieira.

in slbenfica.pt